quinta-feira, 3 de outubro de 2013

MORADORES DA OCUPAÇÃO ESPERANÇA RECEBEM AMEAÇA DE MORTE!



Na última semana, homens armados foram até a ocupação Esperança, em Osasco, para ameaçar de morte as lideranças do movimento Luta Popular.
Ao que parece a luta do povo organizado está incomodando muito os políticos, empresários e poderosos da região. Até agora, o prefeito Jorge Lapas, do PT, não deu qualquer resposta para as mais de 1000 famílias que estão na ocupação. 
O déficit habitacional de Osasco é muito grande. São mais de 40 mil famílias cadastradas nos programas habitacionais do governo. Entretanto, desde 2009, as gestões petistas só liberaram 429 casas populares. Um número irrisório diante de tanta gente que necessita de moradia. A prefeitura, por outro lado, tem fornecido inúmeros incentivos aos grandes empresários que querem construir um heliporto em uma área próxima a ocupação. Ou seja, dinheiro e disposição política para construir casas populares não têm, mas para construir instalações para os ricos "estacionarem" seus helicópteros aí sempre há.
É preciso uma ampla solidariedade à Ocupação Esperança e ao movimento Luta Popular. Chamamos todas as entidades estudantis, sindicais, de direitos humanos e movimentos sociais a se somarem a campanha contra as ameaças à ocupação Esperança e na defesa do direito à moradia. Qualquer agressão ou violência contra os moradores e as lideranças do movimento serão de inteira responsabilidade do poder público (Prefeitura, Governos Estadual e Federal). 
Abaixo reproduzimos o comunicado dos companheiros da Ocupação Esperança.


Aí gente, dois informes importantes sobre a Ocupação Esperança, por favor ajudem a divulgar: 
1) Hoje, às 13h, temos uma grande manifestação pra exigir que a prefeitura e as outras esferas de governo se posicionem frente nossa demanda por moradia digna.
2) Uma denúncia bastante grave: estamos sendo ameaçados de morte. 

Aqui os detalhes:

Somos aproximadamente 1000 famílias na Ocupação Esperança, organizada junto com o Movimento Luta Popular em Osasco. A Ocupação é num terreno particular do bairro Santa Fé e tá de pé desde 23 de agosto.

Negociação

O proprietário do terreno – que não cumpria sua função social e tem acúmulo de dívidas – já entrou com pedido de reintegração de posse. Só que em audiência realizada em 18 de setembro, a justiça concedeu uma suspensão de 30 dias no processo de avaliação do pedido da liminar.

O prazo foi estipulado por existir disposição do proprietário em vender o imóvel caso a prefeitura e a Caixa Econômica façam proposta de compra – o que poderia evitar um trágico despejo.

Já a prefeitura de Jorge Lapas (PT), não dá qualquer resposta. A última reunião do movimento com o governo municipal aconteceu em 10 de setembro, dia em que fizemos um ato até a Câmara dos Vereadores. Enquanto de forma unânime os 21 parlamentares assinavam documento em favor da ocupação, a prefeitura se comprometia a marcar reunião junto com a Caixa e o movimento popular para avançar com negociação. Desde então, no entanto, não atendem telefone nem respondem e-mail.

Ameaça de morte

Além da insensibilidade da prefeitura, o movimento enfrenta outro tipo de grave dificuldade. Nessa última semana, moradores da ocupação foram interpelados por homens armados durante a noite, perguntando por supostos líderes do movimento. Pediram para passar recados ameaçando a militância de morte, afirmando que terão de sair do terreno.

A Ocupação Esperança tá em alerta, e tem recebido solidariedade de uma série de outros grupos e organizações parceiras. É muito importante que a soma na vigília noturna que já tamo recebendo de diferentes apoiadores, com câmeras em punho, se mantenha.

Ressaltamos que todas as esferas de governo, na medida em que não resolvem os problemas habitacionais das famílias, são responsáveis por qualquer violência que aconteça dentro da ocupação.

Numa luta que questiona diretamente a propriedade privada, os inimigos que fazemos são muitos, muito poderosos e portadores de toda a sorte de interesses. Mas não nos intimidaremos!

Continuaremos a luta da Ocupação Esperança e de quantas outras ocupações forem necessárias pra que os mais pobres possam ter onde morar.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

COMUNICADO DA OCUPAÇÃO ESPERANÇA, EM OSASCO

A Ocupação Esperança entra agora em uma nova fase de lutas! A partir desta noite, contaremos com a presença noturna de apoiadores e apoiadoras do movimento, estudantes, professores, sindicalistas, lutadores do Brasil e de outros países que passarão conosco noites de vigília pela moradia. Até o dia 18 ninguém de nós - que despertou para as lutas por liberdade - poderá dormir. Se você quer fazer parte das equipes de vigília, escreva para nós a melhor data de passar a noite por aqui. Ou simplesmente apareça e some com a gente. Tragam suas máquinas fotográficas e câmeras: Nos momentos de vigília há muita coisa linda a ser registrada.

Avante os que Lutam!
Luta Popular



BREVE OPINIÃO: NOVOS PARTIDOS E O REGIME POLÍTICO BRASILEIRO


Na última semana dois novos partidos foram registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e o "Solidariedade". O primeiro, fundado pelo desconhecido ex vereador Eurípedes Gomes, tem como principal mote a criação de um imposto único. Já o Solidariedade foi impulsionado pelo "Paulinho da Força" (presidente da burocrática Força Sindical) juntamente com outros setores do PDT e do PSB (Ciro e Cid Gomes) insatisfeitos com o Governo Federal.
O PROS, ao que tudo indica, deve compor a base governista. E não poderia ser diferente. Conforme informação do Jornal O Estado de São Paulo um dos principais apoiadores político-financeiro desse novo partido é José Batista Jr, um dos donos da FRIBOI, a maior indústria de carnes do mundo e também umas das principais doadoras para as campanhas eleitorais do PT. O PROS, desse modo, se junta a longa lista de micro partidos empresariais que compõem a base do governo para levar a frente medidas de ataques aos direitos sociais e trabalhistas e agraciar o empresariado com inúmeras concessões, incentivos e crédito.
Já o "Solidariedade", que deverá contar desde seu início com algumas dezenas de parlamentares (provenientes dos mais variados partidos burgueses) deverá compor a base da oposição burguesa (PSDB, DEM e PPS). A agremiação, que omite a palavra partido em seu nome para tentar surfar numa suposta onda apartidária, é uma miscelânea de políticos provenientes da burocracia sindical e do empresariado. Em seu programa deixa claro que sua meta é a "defesa" dos trabalhadores a partir da defesa do setor produtivo, ou seja, vultuosos incentivos aos grandes empresários e apoio aos medidas de flexibilização dos direitos trabalhistas. Tudo isso em nome de uma suposta modernização das relações de trabalho. Uma grande ladainha para justificar a precarização e a superexploração da classe trabalhadora.

O projeto de Marina Silva ameaçado

 Nos próximos dias o TSE irá julgar o registro da "Rede Sustentabilidade", agremiação fundada por Marina Silva (ex-PT e ex-PV) para concorrer as eleições de 2014. A "Rede", que tenta aparecer como algo novo na política, é apoiada e sustentada por setores da velha e suja política patronal. Não por acaso um dos principais nomes dessa nova empreitada de Marina é Alberto Goldman (ex vice-governador pelo PSDB). Além disso, um dos principais financiadores do "Rede" é a empresa de cosméticos Natura, conhecida pelos inúmeros casos de assédio e pela superexploração dos funcionários de suas fábricas. O "Rede" defende o chamado "capitalismo verde". Uma proposta utópica, cínica e reacionária de "preservar" o meio ambiente junto com as grandes empresas e setores do agronegócio, justamente os que mais poluem e destroem o meio ambiente. 
Entretanto, nos bastidores do Congresso e da justiça eleitoral tudo indica que o TSE deve negar nos próximos dias o registro ao partido de Marina. A alegação é que a agremiação de Marina não conseguiu atingir o número de assinaturas necessárias para a validação do partido. Todavia, está claro que o PT, assim como a própria oposição burguesa, batalharam para que o "Rede" não fosse regularizado, pois Marina seria um risco às candidaturas de Dilma (PT) e Aécio (PSDB). 

A polêmica sobre a criação de novos partidos e regime político brasileiro

A criação desses novos partidos abriu um debate, nos principais meios de comunicação da burguesia, sobre a necessidade de restringir a criação de novos partidos. Afinal já são 32 partidos registrados no TSE. 
Em outras palavras, para as cúpulas dos partidos patronais e os analistas da burguesia a salvação do regime político brasileiro, avesso à participação das massas na vida política do país e conivente com esquemas sujos de caixa dois e doações de empresas aos grandes partidos burgueses, se daria a partir da implementação de medidas antidemocráticas para inviabilizar a criação de novos partidos.
O que a mídia e os cientistas políticos da burguesia omitem é que a maioria desses partidos possuem sedes diferentes, jornais diferentes, siglas diferentes, mas, em última instância, com raríssimas exceções, defendem os mesmos interesses de classe. 
O fato de que a cada ano sejam criados mais partidos de aluguéis não pode ser utilizado como argumento para limitar o já limitadíssima e antidemocrático regime político brasileiro.