quarta-feira, 26 de setembro de 2012

CONTRIBUIÇÃO DA LER-QI E DO BLOG "ADEUS AO CAPITAL" PARA O VIII SEMINÁRIO DA SAÚDE DO TRABALHADOR


Boletim Especial da LER-QI para o VIII Seminário da Saúde do Trabalhador e VI Seminário “O Trabalho em Debate”.


Precarização do Trabalho e a deterioração da saúde dos trabalhadores

A precarização das relações de trabalho, como parte da ofensiva neoliberal, foi a principal via para a elevação da taxa de exploração do trabalho nas últimas duas décadas do século XX. O trabalho precário, através da terceirização, do trabalho temporário e da flexibilização dos direitos trabalhistas, contribuiu diretamente para a recomposição da taxa de lucro do capital, proporcionando, dessa forma, uma saída, ainda que limitada, para a sua crise nos anos 70.
Nos anos 80, com a derrota do ascenso operário e popular do final da década anterior, mas sobretudo, na onda neoliberal e privatizante da década de 90, a terceirização e a precarização do trabalho avançaram em larga escala nos serviços, na indústria e até mesmo na Administração Pública. Esse novo padrão produtivo, além de destruir inúmeros direitos sociais conquistados pela classe operária ao longo da história, contribuiu para a criação de ambientes de trabalho suscetíveis a graves acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Terceirização: a semiescravidão no século XXI


A terceirização, onde empresas prestam serviço para outras, é, com certeza, o principal instrumento de precarização do trabalho que a burguesia lança mão para aumentar seus lucros. Embora já esteja disseminada em muitas áreas e atividades a terceirização se concentra essencialmente nos serviços de limpeza, jardinagem, vigilância e telemarketing, condicionando milhões trabalhadores, na sua grande maioria de pele negra e do sexo feminino, a um regime de trabalho cujas condições são, na maioria dos casos, análogas ao trabalho escravo.
Nos canteiros de obras por todo o Brasil, em especial nas obras do governo federal através do PAC (programa de aceleração do crescimento), dos estádios para a Copa e as Olímpiadas, as grandes Construtoras são responsáveis por manter um “exército” de centenas de milhares de operários que, não seria forçoso dizer, vivem em condições semelhantes aos trabalhadores fabris do século XIX. Nas obras da usina de Jirau, no Estado de Rondônia, os operários, contratados por via da terceirização ou por contratos de subempreitada, oriundos de regiões distantes e contratados sem nenhuma estabilidade, denunciaram, em março de 2011, que cumpriam jornadas de trabalho de mais de 14 horas diárias, não tinham atendimento médico, ficavam mais de seis meses sem visitarem as famílias, recebiam alimentação estragada, além de sofrerem frequentes assédios e agressões físicas por parte dos seguranças contratados pelas empresas. Tudo isso num canteiro de obra em pleno século XXI e mantido pela Camargo Corrêa, uma das cinco empresas que mais contribuíram financeiramente para a campanha do PT nas últimas eleições.
Quilômetros de distância dos canteiros de obras da Usina de Jirau, na capital paulista, trabalhadoras terceirizadas da Universidade de São Paulo (USP), a maior e mais prestigiada instituição de ensino superior da América Latina, traziam à tona sua verdadeira condição de trabalho. Manuseavam produtos químicos de alto risco sem qualquer proteção, já que nem a empresa prestadora nem a USP forneciam os devidos equipamentos de segurança, eram forçadas a se alimentarem em banheiros (!) e conviviam com constantes assédios e até agressões por parte das chefias. As péssimas condições de trabalho, cujas consequências para a saúde dessas trabalhadoras a Reitoria da USP parece não se importar, são tão precárias que levaram a morte de um trabalhador terceirizado, José Ferreira, que caiu de uma grande altura devido à precariedade de seu equipamento de serviço.
A Precarização do Trabalho coloca o Brasil no Topo do Ranking de países com mais acidentes e mortes no Trabalho

No Brasil, agora estampado nas capas da imprensa internacional como a sexta economia do mundo, os trabalhadores e povo pobre sofrem cotidianamente com a violência policial que anualmente põem fim na vida de milhares de jovens pobres e negros nas periferias, com as mortes nas enchentes devido à negligência do governo, e com a miséria em geral que ainda coloca milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. Mas, além disso, há um “genocídio silencioso” que ocorre todos os anos em nosso país. Trata-se dos acidentes de trabalho. Só em 2009 os acidentes de trabalho causaram a morte de 2.496 trabalhadores e deixaram outros 13.047 incapacitados permanentemente.  Essas mortes e acidentes são frutos diretos da precarização do trabalho. Os números da última pesquisa realizada sobre terceirização são taxativos: De cada 10 acidentes de trabalho no país, 8 são em empresas terceirizadas e a cada 5 mortes em decorrência do trabalho 4 são de trabalhadores terceirizados .  
O regime semiescravo que essa “lógica moderna de gestão de recursos humanos” mantém fez com que o Brasil, durante o ano de 2009, ocupasse o terceiro lugar no ranking mundial de países com mais acidentes de trabalho. De 2005 para cá os números só aumentaram. Em 2009 foram mais de 723 mil acidentes registrados. E os números são infinitamente maiores já que quase um terço da classe trabalhadora brasileira está na informalidade e sequer são registradas ocorrências.
Crise econômica internacional: Mais ataques à classe trabalhadora

A crise econômica internacional, com estopim na quebra do banco norte-americano Lemon Brothers em 2008, mostra que o capitalismo não conseguiu se desfazer de suas principais contradições mesmo com os inúmeros ataques neoliberais e a financeirização da economia ao longo da década de 90. As debilidades do atual padrão de crescimento econômico, com os países semicoloniais como produtores de commodities, a China como exportadora de manufaturas de baixo valor agregado e os EUA como consumidores mundiais, somado à recessão das principais economias da União Europeia reforçam a instabilidade da economia mundial. 
Como podemos ver a resposta das respectivas burguesias, auxiliadas pelos organismos do sistema financeiro (FMI, Banco Central Europeu etc), tem sido uma forte política de austeridade, com cortes em salários e direitos da classe trabalhadora. A burguesia tenta por essa via fazer com que a classe trabalhadora e povo pobre paguem pelos custos dessa crise fruto de anos sob um sistema anárquico e irracional.
Entretanto, ao contrário dos prognósticos de “fim da história” e de “fim da centralidade do trabalho” propagada pelos intelectuais da burguesia, a classe operária, evidenciando seu enorme peso social, tem saído às ruas para lutar contra os planos dos capitalistas. A Primavera Árabe, com o impressionante levante das massas para derrubar as ditaduras apoiadas pelo imperialismo no Oriente Médio, foi sem dúvida a porta de entrada para um novo período de lutas sociais. O ano de 2011 ficou marcado pelas fortes imagens da classe operária egípcia tomando a lendária Praça Tahir exigindo a queda do ditador Mubarak.
 A Europa também tem sido palco de inúmeras lutas da classe trabalhadora e da juventude. Na Grécia os trabalhadores já protagonizaram 17 greves gerais. Na Espanha, a juventude trabalhadora ocupa as praças para mostrar sua indignação com o desemprego e precarização do trabalho. Esse exemplo é seguido pelos jovens de Portugal, Itália, Inglaterra e Irlanda.
No Canadá, na região de Quebec, milhares de estudantes tomam às ruas para protestar por educação gratuita. Até mesmo nos Estados Unidos a juventude, organizada no movimento “Ocuppy Wall Street” se mobiliza, ainda que com limites, para protestar contra o sistema financeiro e a elite econômica norte-americana. Mais ao sul do continente americano, a juventude sem medo do Chile sai aos milhares às ruas e ocupam escolas universidades para protestar por educação gratuita e colocar abaixo toda a herança pinochetista que ainda está impregnada no país.
No Brasil de Dilma e do PT: Os trabalhadores precarizado se levantam!

O crescimento econômico e a calmaria social do lulismo, que permanecem sob o governo de Dilma Rouseff, não foram suficientes para impedir a explosão de lutas de trabalhadores terceirizados e precarizados.
Na construção civil, com os exemplos da luta dos operários de Jirau, Suape, Santo Antônio, usina de Belo Monte, greve dos operários de fortaleza, 2011 mostrou que uma parcela importante do proletariado desse setor não aceitará passivamente as condições de trabalho degradantes a qual as grandes construtoras querem empurrá-los.
Tais lutas, ainda que com programas limitados, foram em geral levadas a cabo com certo nível de espontaneidade, massividade e com métodos radicalizados. Em jirau, durante todo o mês de Março, milhares de operários paralisaram as obras, queimaram ônibus e alojamentos contra as péssimas condições de trabalho encontradas no canteiro de Obra. O governo Dilma só conseguiu “contornar” a situação a partir de um trabalho combinado que contou com uma brutal repressão da força de segurança nacional e com manobras e desvios levados à frente pela burocracia sindical da CUT. Hoje as principais lideranças operárias do conflito estão sendo indiciadas por formação de quadrilha e destruição de patrimônio.
No Estado do Pernambuco, mais de 30 mil operários paralisaram as obras da refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape. A luta, que conquistou algumas medidas econômicas mais favoráveis, só foi encerrada após o Tribunal Regional do Trabalho do Estado declarar a greve ilegal. No final de 2011, os trabalhadores das obras da Usina de Belo Monte, combinando-se a inúmeros protestos de movimentos sociais e setores populares devido a remoção de aldeias indígenas, entraram em greve por melhores salários e condições de trabalho.
O ano de 2012 também começa com importantes lutas de trabalhadores terceirizados ou da construção civil. Os operários da obra da Usina Angra 3 fizeram 6 dias de paralisação, inclusive com propostas e ações por fora do sindicato (força Sindical). Em Janeiro mais de 8 mil operários  que trabalham na construção da indústria Eldorado, em Três lagoas (MS), levaram uma importante luta por melhores condições de Trabalho. Mais recentemente os trabalhadores da obra do Estádio “Arena Pernambuco”, a 19 Km de Recife, paralisaram o trabalho no canteiro também reivindicando melhores salários e condições de trabalho. Mesmo sem a anuência do sindicato e com o Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco julgando a greve ilegal os trabalhadores demostram, até o momento que escrevemos essas linhas, uma importante disposição de seguir paralisados. 
Esse extenso rol de lutas operárias num lapso temporal relativamente pequeno deixam claro a disposição de luta desse setor de trabalhadores precarizados que não querem ficar de fora das beneficies do crescimento econômico dos últimos anos e muito menos suportar as condições de semiescravidão que empresas como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, entre outras, se utilizam para manter suas altas taxas de lucro. Essas movimentações, ainda iniciais, dispersas e com programa limitado, são os primeiros exercícios de uma longa ginástica da luta de classe que pode se aprofundar na medida em que a crise internacional impacte o dependente crescimento econômico brasileiro.
A Burocracia Sindical e a precarização do Trabalho

Não é possível uma compreensão completa do avanço da terceirização e do trabalho precário sem destacar o papel da burocracia sindical cuja parcela mais degradada e atrelada à patronal, como a Força Sindical, conseguiu, além dos milhões de reais que já absorvem por via do imposto sindical, fazer rios de dinheiro atuando em cooperação com as empresas prestadoras de serviços terceirizados. Em muitos casos, os próprios burocratas sindicais tem participação no capital dessas empresas ou então contribuem arregimentando os trabalhadores para tais “empresas-máfias”.
Já outra parcela da burocracia sindical, como a CUT, ainda que evita uma colaboração em tal grau com as patronais, mantém uma relação completamente conivente com a terceirização e totalmente passiva no que diz respeito à mobilização dos terceirizados em unidade com os trabalhadores efetivos. Não a toa que a resposta que a CUT dá contra a terceirização é impulsionar um projeto de Lei, por via de seus parlamentares, que tem por objetivo a regulamentação da terceirização.
O deputado Vicentinho (PT), reconhecido burocrata sindical da CUT, foi o responsável por apresentar o projeto de Lei que tramita já alguns anos na Câmara Federal que tem por objetivo proibir a terceirização das atividades fim das empresas e abrir completamente as portas para a terceirização nas atividades meio. Em outras palavras, a CUT não vê problema que milhões de trabalhadores dos setores de limpeza, vigilância, telemarketing, jardinagem etc., sigam ganhando três ou quatro vezes menos que seus colegas efetivos e sem inúmeros diretos trabalhistas básicos.
Em realidade, a “grande” novidade que a lei proposta pelos dirigentes da CUT traz é a inversão da responsabilidade subsidiária da Administração Pública para uma responsabilidade solidária. Dessa forma o trabalhador terceirizado, que continuaria em empregos precários, com salários menores, sem direitos, sem liberdade de organização sindical e política teria a chance de propor uma ação contra a empresa e a Administração Pública concomitantemente.
O projeto de Lei da CUT é uma verdadeira regulamentação da semiescravidão. Não dá qualquer saída para resolver as péssimas condições de trabalho a qual milhões de trabalhadores terceirizados estão submetidos. E de fato não poderia ser diferente já que essa Central se constitui há muito tempo numa verdadeira correia de transmissão dos interesses e propostas da burguesia para o movimento operário. Com toda certeza, para avançar contra o trabalho precário os trabalhadores que hoje saem a lutar nos canteiros de obra pelo extenso território brasileiro necessitam saber quem são seus aliados. Definitivamente, a CUT com seu projeto de regulamentar a semiescravidão e seus profundos laços com o governo federal e muito menos a Força sindical, se organizando com a Patronal, não estão nesse campo.
O exemplo da luta das trabalhadoras terceirizadas da USP e o papel dos sindicatos classista.

Durante o mês de março de 2011, mais de 400 trabalhadores terceirizados da empresa União, na sua quase totalidade mulheres e negras, protagonizaram uma importante luta que, sem sombra de dúvidas, marcou a história recente da Universidade de São Paulo (USP).
Após o atraso no pagamento dos salários e de outros benefícios centenas de mulheres decidiram não somente sair à luta, mas também expor toda situação precária a qual essas mulheres eram obrigadas a suportar. Atraso nos salários, falta de equipamentos de segurança, assédios morais e sexuais por parte das chefias eram parte da extensa lista de brutalidades que a empresa União e a administração da USP destinavam a essas trabalhadoras.
Com o apoio e a direção do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP), em particular pela atuação da sua ala minoritária composta pelos revolucionários da Liga Estratégia Revolucionária – Quarta Internacional (LER-QI), as trabalhadoras da União lançaram mãos dos  clássicos e históricos métodos de luta do proletariado: Greve, piquetes na Reitoria e marchas. Logo apareceram destacadas e combativas lideranças no movimento que tomaram a direção do conflito junto ao SINTUSP, sindicato cujo programa classista e não corporativo dá destaque na luta pela unidade das fileiras operárias a partir de levantar o programa de incorporação dos trabalhadores terceirizados ao quadro de efetivos sem a necessidade de concurso público. 
Exatamente por levantar um programa combativo e de independência de classe o SINTUSP e seus dirigente têm sido vítima de inúmeras investidas por parte da Reitoria e do Governo do PSDB. Sem sombra de dúvida o exemplo mais taxativo é a demissão do dirigente Claudionor Brandão. A Reitoria da USP, numa verdadeira “monstruosidade” jurídica e num impressionante desrespeito aos princípios e garantias consubstanciados na Constituição Federal de 1988, demitiu Brandão, sem sequer realizar um inquérito judicial de apuração de falta grave como manda a CLT, alegando que este defendeu “interesses alheios” à universidade. Tais “interesses alheios”, cuja explicação a Reitoria da USP omite, tratava-se de centenas de trabalhadores terceirizados da USP com os quais Brandão reivindicava seus direitos e salários atrasados.
De todo modo, esses ataques não impediram que o SINTUSP seguisse firme na sua luta contra a precarização do trabalho dentro da USP. A combinação de um programa que levantava um questionamento mais profundo da precarização do trabalho com os métodos de lutas da classe operária, e o imprescindível apoio de um importante setor de estudantes, formando uma verdadeira aliança operário-estudantil, foi fundamental para dar visibilidade à luta das trabalhadoras da União e obrigar a Reitoria a realizar o feito inédito de garantir o pagamento dos salários não pagos pela empresa União. 
Como numa verdadeira “escola de guerra” essas trabalhadoras passaram por experiências fundamentais. Viram e repudiaram o papel nefasto da burocracia sindical. Perceberam a importância dos métodos de luta e de auto-organização dos trabalhadores, assim como, da necessidade da busca de aliados, como foram os estudantes da USP e alguns intelectuais de esquerda. Passaram a compreender a importância de não cessar a luta com os pagamentos e levantar o programa de incorporação sem concurso público. E por fim tiveram a oportunidade conhecer sua própria história, a história da classe operária mundial, ao participar da nutrida coluna do ato do 1º de maio da LER-QI.
Uma estratégia e um programa para a classe operária vencer!

O exemplo da luta das trabalhadoras terceirizadas da empresa União mostra que apenas o programa de incorporação dos terceirizados aos quadros efetivos, com mesmos salários e direitos, em contraposição direta ao programa de regulamentação da terceirização, pode, combinado com os históricos métodos de luta operário que dobram a vontade da burguesia, acabar com a semiescravidão do século XXI e abrir portas para uma luta resoluta dos trabalhadores contra as investidas que o capital arma e prepara para jogar o custo da crise em suas costas.
Nessa luta ganha destaque fundamental a batalha por sindicatos classistas e independentes da patronal e do governo. Assim como também elementos de auto-organização local que possam abrir suas portas para a atuação conjunta de terceirizados e efetivos. Já em 1938, Trotsky explicava a importância das comissões de fábrica como via de alcançar os setores mais explorados da classe:
“Os sindicatos, mesmo os mais poderosos, não abarcam mais de 20% a 25% da classe operária, que, aliás, formam as camadas mais qualificadas e melhor pagas. A maioria da classe operária não é arrastada à luta a não ser episodicamente nos períodos de um excepcional auge do movimento operário. Nesses momentos é necessário criar organizações ad hoc que abarquem toda a massa em luta: os comitês de greve, os comitês de fábrica e, enfim, os soviets”
É fundamental que os estudantes e intelectuais que compartilham da luta da classe trabalhadora avancem para uma estratégia que priorize a independência de classe e auto-organização dos trabalhadores. Para vencer os exploradores, assim como sua mídia, seus intelectuais e todo seu aparato repressivo, a classe trabalhadora necessitará construir previamente um partido próprio. Os trabalhadores já demonstraram que são capazes de construir fortes ferramentas políticas no calor das lutas como fez com o PT. Mas desta vez terá que ser um partido operário, não para servir aos capitalistas, mas sim para derrotá-los.
A LER-QI quer aportar para impedir que essa fortaleza da nossa classe seja mais uma vez traída pelas direções. Somos uma Liga de revolucionários, mas não nos consideramos o partido revolucionário nem que esse será fruto de nosso desenvolvimento evolutivo, como defendem várias organizações auto proclamatórias. Esse partido surgirá de um processo de rupturas e fusões que se dão nos momentos de ascenso da luta de classes como os que estão por vir. A tarefa que nos colocamos é construir uma organização de centenas de dirigentes operários marxistas e intelectuais orgânicos da classe operária, que possa aportar com programa e estratégia para combater os traidores e colocar de pé um partido operário revolucionário e internacionalista no Brasil e no mundo.

BLOG “ADEUS AO CAPITAL”: mais uma trincheira para a luta da classe trabalhadora e da juventude!

www.adeusaocapital.blogspot.com.br

Durante as últimas duas décadas a intelectualidade burguesa proclamou o fim da história, o término da luta de classes e a “morte” da classe que vive do trabalho. Rios de tinta foram escritos, sob o patrocínio de grandes empresas, para justificar a resignação, a passividade e o capitalismo. Entretanto, a crise econômica internacional e a crescente resposta dos trabalhadores e do movimento de massa cada vez mais põem por terra o lixo ideológico produzido pelos intelectuais do capital nos últimos anos.

O Blog “Adeus ao Capital”, como espaço aberto para uma cultura subversiva, defesa dos direitos democráticos e desenvolvimento da teoria marxista revolucionária, nasce como mais uma trincheira na luta contra o capital. Se os serviçais da burguesia antes proclamavam adeus ao trabalho agora gritamos: Adeus ao Capital!


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Chega de escravidão!




Vem ciranda mãe negra, vem para dançar
Chega de escravidão!
Sacode as dores do corpo e faz sua energia reinar...
Chega de escravidão!
Vem ciranda mãe negra, vem para dançar
E correntes nas mãos
Sacode as dores do corpo e faz sua energia reinar...
E correntes nas mãos.

M.P


Dezenas de trabalhadores se reúnem com a LER-QI no Sintusp para discutir o "Programa de Transição"





No último sábado dia 15 de setembro, dezenas de trabalhadores da USP, terceirizados da BKM, trabalhadores dos Correios, bancários, metroviários, professores, trabalhadores da indústria e do comércio, além de jovens secundaristas e universitários, se reuniram com a LER-QI no Sindicato dos Trabalhadores da USP em uma das atividades que compõe o ciclo "Porque Trotsky?" que temos impulsionado em todos os países onde construímos a Fração Trotskista- Quarta Internacional.

Claudionor Brandão, demitido político do Sintusp e militante da LER-QI, abriu a atividade retomando os estudos feitos no ciclo do Manifesto do Partido Comunista durante todo o 1º semestre deste ano. Dessa forma, retomou conceitos fundamentais do marxismo: a definição de classes sociais; Burgueses e proletários, mais valia, exploração, teoria da revolução. Destacou como a teoria marxista constituiu-se como teorização de Marx e Engels sobre as lutas e necessidades da classe trabalhadora.

A falência do sistema feudal, o desenvolvimento do mercado mundial e as revoluções burguesas, como a inglesa e a francesa, marcaram um novo período da história da humanidade. Durantes estas revoluções a burguesia, com apoio direto das demais classes dominadas avançaram contra a ordem feudalista. A partir de 1848, da chamada Primavera dos Povos, o proletariado emerge como sujeito político independente lutando contra todas as classes dominantes. A Comuna de Paris é o grande marco da luta independente do proletariado em luta pelas suas demandas históricas. A partir dessa base comum introduziu a discussão sobre as revoluções no século XX.

Dentre as revoluções do século XX destacou a revolução de 1905 e o surgimento dos sovietes. Explicou que os sovietes eram Conselhos Operários, formas de auto-organização dos trabalhadores e trabalhadoras organizados nos locais de trabalho e nos bairros proletários. Estes constituíam verdadeiros organismos de auto-governo. A partir dos sovietes administrava-se a produção e distribuição de alimentos e mercadorias, mantinham sua própria imprensa, formaram milícias operárias que fazia a segurança nos bairros. Os sovietes constituíam prova viva da capacidade dos trabalhadores e trabalhadoras organizarem a sociedade, a produção e a distribuição sem a burguesia e os patrões. A burguesia prova-se como uma classe parasitária.

Os bolcheviques, comunistas russos, atuavam cotidianamente nos sovietes. Trotsky, já em 1905, aos 25 anos de idade, foi o presidente do soviete de Petrogrado. Em sua obra Balanço e perspectivas analisa o porquê da derrota da revolução de 1905. Todo o processo revolucionário teve como protagonistas os trabalhadores das cidades, para que essa revolução fosse vitoriosa era necessário ter conquistado o apoio dos camponeses. Com a derrota desta revolução Trotsky e os principais dirigentes dos sovietes e dos bolcheviques foram presos e deportados. Isso produziu importante refluxo no movimento operário russo, os militantes revolucionários dedicam-se ao trabalho clandestino.

No entanto, ainda que derrotada, a revolução de 1905 produziu ricas experiências para o proletariado que a protagonizou. Estas experiências seriam retomadas 12 anos depois, na revolução de fevereiro de 1917. Em fevereiro deste ano, no Dia da Mulher, as mulheres trabalhadoras vão às ruas reivindicando pão e que a Rússia saísse da Primeira Guerra Mundial.

A marcha de fevereiro de 1917 avançou, o movimento se massificava e colocava em cheque o governo Tzarista, que não garantia nem o pão e nem a saída da guerra. Em um acordo pelo auto para se auto-preservar, o tzarismo criou um governo provisório com a burguesia, mas isso não satisfaz o animo da classe operária russa. Retoma-se os sovietes. Recriam uma forma de governo paralelo. Estabelece-se a dualidade de poderes, Lenin por meio das Teses de Abril conclama o proletariado a aprofundar sua auto-organização e a tomar o poder.

Em outubro de 1917 a classe operária russa toma o poder e estabelece um governo de trabalhadores e expropria a burguesia, divide as terras distribuindo-as aos camponeses. O partido bolchevique foi o único partido que manteve-se ao lado da classe trabalhadora, defendia que ela deveria ter seu próprio governo, separando-se completamente dos interesses da burguesia e dos latifundiários. Trotsky é incorporado ao comitê central do partido bolchevique. Novamente é eleito presidente do sovietes.

No entanto, apos a tomada do poder, 14 potencias imperialistas invadem a Russia, Trotsky cria o Exército Vermelho, com isso expulsam as tropas inimigas estabilizando a república dos sovietes. O período de guerra civil contra os exércitos invasores foi um período muito duro da revolução, metade da vanguarda combatente morreu no front, a fome disseminara-se. Após a derrota da revolução alemã em 1923, a Rússia revolucionária fica isolada em meio a um mar de países capitalistas.

A isso somou-se a morte de Lenin, que já se preocupava com a burocratização do Estado soviético. Estavam postas condições para a burocratização do processo revolucionário. Trotsky combaterá frontalmente as degenerações do processo revolucionário, analisando a nova realidade e explicando teoricamente as origens da burocratização do primeiro Estado operário da história, aponta com clareza os sucessivos erros da Internacional Comunista, que contribuíram para selar as derrotas do proletariado internacional e que deram lugar à ascensão do nazismo. Trotsky provou-se como o mais importante estrategista da revolução internacional, estratégia plasmada politicamente em combate ao stalinismo, desde a Oposição de Esquerda de 1923 e, por isso, será expulso da Rússia em 1928 e assassinado em 1940 a mando de Stalin.

A partir dos elementos colocados na intervenção de Brandão, Marcelo "Pablito" seguiu discutindo a estratégia para organização dos trabalhadores nos períodos de crise do capitalismo, em uma época marcada pela concentração da riqueza em monopólios, pela disputa cada vez mais acirrada entre países imperialistas que produziram duas guerras mundiais, e com elas dezenas de milhões de mortes, arrastando o proletariado europeu a um nível de sofrimento insuportável e a uma enorme destruição das forças produtivas criadas pela humanidade. Baseou-se nos conceitos centrais do Programa de Transição, destacando que Trotsky escreveu este livro para responder a uma época em que o capitalismo já havia deixado de cumprir qualquer papel progressivo, colocando cada vez mais no centro as questões referentes à tomada do poder político em escala internacional e mundial pela classe trabalhadora como um meio necessário para dar a única saída progressiva à esta crise, a serviço de construir uma nova sociedade sem explorados e exploradores, o que, somente seria possível superando a falta de uma direção revolucionária, ou seja de partidos revolucionários nacionais e de um partido mundial da revolução, a IV Internacional. Destacou que estamos vivendo uma crise histórica do capitalismo, e que esta é comparável a crise de 1929.

Nesse período de crise, no qual o patronato busca descarregar sobre os trabalhadores os custos da crise, fechando fabricas, demitindo trabalhadores e trabalhadoras, alegando falência, o Programa de Transição ganha enorme atualidade, uma vez que aponta para um conjunto de consignas que têm como objetivo fazer uma ponte entre as reivindicações imediatas e parciais dos trabalhadores com a tarefa estratégica da tomada do poder, demonstrando como, de forma alguma são separadas por uma muralha intransponível.

Para enfrentar o desemprego massivo, o rebaixamento dos salários, Trotsky aponta, no Programa de Transição, consignas como o fim do “segredo comercial”, redução da jornada de trabalho sem redução salarial, reajuste imediato dos salários de acordo com o aumento do custo de vida e o controle operário da produção, que, nos servem muitíssimo para armar os trabalhadores e, sobretudo sua vanguarda, com um programa e uma estratégia para que sejam os patrões que paguem pela crise.

Dialogou com diversos setores de trabalhadores ali presentes que colocaram exemplos de seus próprios locais de trabalho e de suas vidas a partir do que pudemos debater um pouco sobre os desafios cotidianos e contradições para a organização política independente da classe trabalhadora, que perpassa também os processos de lutas atuais, como a campanha salarial e greve dos trabalhadores dos Correios e Bancários, assim como a recente greve dos trabalhadores do funcionalismo federal que enfrentaram o ataque ao direito de greve imposto pelo governo Dilma. O governo faz empréstimos milionários para salvar banqueiros e empresas privadas, mas nega-se a reajustar os salários dos trabalhadores. Dessa forma, Pablito buscou demonstrar a vigência do Programa de Transição na atualidade para responder aos pequenos problemas no local de trabalho e nas lutas em curso, como de bancários e correios, ligando-os aos grandes problemas da sociedade capitalista

Com o desenvolvimento da crise econômica mundial, os trabalhadores, trabalhadoras e demais setores explorados e oprimidos, precisam se auto-organizar e lutar por uma saída própria, independente dos interesses da burguesia e dos patrões, o que também faz das lições sintetizadas no Programa de Transição um programa para os sindicatos, que, via de regra representam apenas uma parcela da classe trabalhadora, em geral dos setores melhor remunerados e com mais direitos. Por isso, se coloca como tarefa fundamental avançar no classismo, para que os sindicatos representem os interesses do conjunto do proletariado, lutar no interior dos sindicatos por um programa e uma estratégia revolucionária que permita unificar as fileiras de nossa classe, superando a divisão entre efetivos, temporários, terceirizados e desempregados e, combater a burocracia sindical que age como um representante dos interesses da burguesia no movimento operário.

A burocracia sindical é constituída por sindicalistas que dividem e obstruem a auto-organização, impedindo assim que os trabalhadores e trabalhadoras expressem suas demandas, colocando-os, juntamente com seus sindicatos, a reboque dos interesses da burguesia e do patronato, ao invés de ser uma base de apoio ara auto-organização dos trabalhadores para barrarem os ataques a seu trabalho e seus direitos.

Contando com as intervenções dos trabalhadores e trabalhadoras presentes, a partir deste importante espaço, discutiram-se as relações de trabalho, a exploração e suas condições de vida, bem como as atuais dificuldades para construção da unidade da classe. De conjunto, durante a atividade, conseguimos discutir os principais problemas e demandas dos trabalhadores e trabalhadoras. Também ficou expressa a necessidade de auto-organização e da unidade das diferentes categorias que sofrem diretamente os impactos da exploração e opressão que são aprofundados nos períodos de crise econômica. No fechamento da atividade todos foram convidados a participar dos grupos de estudos que impulsionaremos a partir da LER-QI nos locais de trabalho sobre o Programa de Transição e do Ciclo “Por que Trotsky?” que impulsionaremos nos próximos meses na USP, Unesp e Unicamp.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

ELEIÇÕES NA VENEZUELA E UMA POSIÇÃO OPERÁRIA E INDEPENDENTE

No próximo dia 07/10 ocorrerá as eleições presidenciais na Venezuela. Dessa vez, a oposição golpista de Direita, representante de importantes setores patronais do país e patrocinada diretamente pelo imperialismo norte americano, participará do pleito e apresentará um candidato unificado. Por outro lado, Chávez, com seus programas assistenciais e sua retórica nacionalista, segue com um importante apoio popular. O representante do projeto bolivariano utiliza o receio das massas com volta da oposição de direita para seguir no poder implementando seu projeto nacional desenvolvimentista que envolve uma política assistencialista com as massas, a partir do alto preço do petróleo, e repressão e perseguição às organizações operárias independentes, proporcionando altos lucros para a burguesia nacional não atrelada à oposição. 
No Brasil, uma parte considerável da esquerda vem fazendo uma eufórica campanha pelo projeto de Chávez. O apoio que Chávez recebe do PT e PC do B (e consequentemente da CUT e CTB), que aqui no Brasil governam para os grandes empresários, não causam nenhum estranhamento. Todavia, é lamentável o papel de organizações como a Consulta Popular (parte da direção nacional do MST) e algumas correntes do PSOL (como a APS, MES entre outras) que exaltam o governo Chávez sem sequer apontar as recentes repressões do governo chavista contra mobilizações operários.
O Blog Adeus ao Capital, comprometido com um projeto combativo e de independência de classe, publica entrevista realizada com Angel Arias, dirigente do grupo trotskista LTS (liga dos trabalhadores pelo socialismo), onde expõe sinteticamente a situação política da Venezuela e defende uma política independente das variantes burguesas.


No dia 07/10 se realizarão as eleições presidenciais na Venezuela. Entrevistamos Angel Arias, dirigente da Liga dos Trabalhadores pelo Socialisno (LTS), organização irmã da LER-QI na Venezuela.



Em que contexto se dão essas eleições, depois de mais de uma década de Governo Chávez?
Para começar é preciso remarcar que no país não houve nenhuma “revolução” como declara  Chávez, muito menos uma transição para algum tipo de “socialismo”. Depois da chamada democracia representativa de 1958 a 1998 se seguiu a “democracia participativa e protagonista” assim batizada pelo chavismo, mas que na realidade não deixou de ser a mesma forma de representação política onde o poder é exercido por outros em nome do povo, inclusive reforçando os poderes discricionários de uma só pessoa na figura presidencial, combinando isto com espaços de participação limitada e subordinada ao poder institucional, que chamam de “poder popular”.
Qual o caráter dos candidatos que se apresentam?
Capriles Radonski, da oposição de direita ao governo e representante da MUD (mesa de unidade democrática), representa a fração burguesa que está na oposição desde 1999, depois de ser governo durante 40 anos. A suposta “solução” que propõem é dar mais liberdade de ação ao capital e mais subordinação ao imperialismo yanqui. É a velha receita neoliberal que busca maximizar os lucros da patronal a partir de otimizar a exploração. De outro lado, milhões entre a classe trabalhadora e o povo pobre ainda confiam em Chávez que, favorecido pelos altos preços do petróleo, tem destinado parte dos recursos públicos para buscar amenizar parcialmente a situação de miséria e pobreza. Entretanto, o projeto de Chávez mantém o sistema de exploração dos trabalhadores, busca estabilizar a sociedade burguesa, legitimar e fortalecer o Estado capitalista e suas forças armadas e, como temos observado, Chávez tem se mostrado um presidente hostil às organizações e lutas combativas dos trabalhadores e do povo quando saem de seu controle.

Por que é importante apoiar uma candidatura operária independente?
Nesse cenário é importante uma candidatura operária independente por que é fundamental que os trabalhadores e trabalhadoras possam ir se desfazendo das ilusões nos candidatos dos partidos patronais. E assim como os trabalhadores enfrentamos os patrões nas fábricas e lugares de trabalho nas lutas cotidianas também temos que enfrentá-los no terreno eleitoral. Ou seja, que apenas votemos em nossos companheiros de classe, que votemos em candidatos dos trabalhadores sem compromissos patronais. Avançar nessa posição permitiria desenvolver a consciência nos marcos de uma perspectiva independente. Desde a LTS sempre defendemos a necessidade de levantar candidaturas operárias independentes nas eleições, que surjam das fileiras dos trabalhadores, de suas próprias organizações sindicais e políticas, levantando uma política de independência de classe, para dar a batalha contra o governo e a oposição burguesa.
Como surgiu a candidatura operário de Orlando Chirino?
Os companheiros do Partido Socialismo e Liberdade (parte da UIT-CI e grupo irmão da corrente CST no Brasil) lançaram a candidatura de Orlando Chirino, histórico dirigente sindical e da esquerda  do país. Temos importantes diferenças políticas com o PSL e o próprio companheiro Chirino, registradas em múltiplos artigos de debates. Sua prática política militante, para além das declarações gerais que possam sair no papel, tem os levado permanentemente a colocar em questão a independência de classe. No terreno eleitoral durante longos anos, desgraçadamente, foram entusiastas do voto em Chávez, negando se a levantar uma candidatura operária independente. Depois de seu afastamento do governo, quando este acentuava seu caráter autoritário, com o argumento de defender os direitos dos trabalhadores – certamente violados pelo governo- seguiram uma linha de alianças políticas com burocratas sindicais orgânicos de partidos da oposição burguesa, onde conviveram sem dar nenhuma batalha pelas suas ideias e seu programa.

O que ajuda o voto crítico a Chirino na atual situação política?
É preciso destacar que o PSL jamais fez um chamado a se constituir uma frente política com diversas organizações operárias e da esquerda revolucionária, fortalecendo uma política mesquinha e de aparato onde só se apresentam os que têm legalidade eleitoral. Apesar de tudo isso, nos parece relevante a apresentação de um candidato operário as próximas eleições presidenciais. É por tudo isso que defendemos o voto crítico na candidatura operária de Orlando Chirino, sem que isso signifique um apoio a sua trajetória e prática política. Chamamos a votar criticamente por que é muito importante que os trabalhadores deem passos, mesmo que iniciais, na sua independência política como classe explorada, o que pode ser expressado na ideia chave de que os trabalhadores não votam em patrões, de que se concorremos nas eleições burguesas deve ser para respaldar os companheiros de nosso classe, um voto de classe, do tipo “trabalhador vota em trabalhador”. Esse elemento de independência de classe é o que justifica nosso voto crítico a candidatura operária de Chirino, como expressamos em nossa declaração. Se trataria de um primeiro passo que permitiria avançar em maiores níveis de independência de classe, como seria a formação de um partido dos próprios trabalhadores, na perspectiva da luta por um partido operário revolucionário e internacionalista.