segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O JORNAL COMÉRCIO DA FRANCA, O MORALISMO E O COMBATE DA JUVENTUDE TRABALHADORA!


O Comércio da Franca, um “boletim informativo” da patronal calçadista que se auto-proclama um Jornal, publicou ontem (24/08) uma reportagem sobre os “pancadões” do distrito industrial. Com o tom reacionário que lhe é peculiar, a reportagem do Comércio da Franca, que frequentemente estampa em suas páginas sociais os bacanais da decrépita burguesia francana, despejou um amontoado de conservadorismo e moralismo contra os espaços de confraternização da juventude trabalhadora e pobre de Franca.

Com um tremendo esforço para esconder seu desprezo pela periferia e pelo povo trabalhador, a reportagem do Comércio da Franca, com uma indignação e moralismo dignos da Igreja Medieval, descreve assim o “pancadão”:

A venda de bebidas alcoólicas não é controlada e o consumo de drogas é explícito. As meninas ficam seminuas, há brigas, sons estridentes, menores de idade e vistas grossas da polícia a tudo que se passa ali.

Numa cidade onde a juventude é privada do acesso ao lazer, à cultura e à educação e desde muito cedo aprende que metade de sua vida deve se passar em frente a uma máquina, num galpão quente, para ganhar um péssimo salário e enriquecer algum dono de fábrica, essa falsa “imprensa” clama para que o Estado e seus órgãos de repressão eliminem os espaços de confraternização dos jovens. Uma imprensa tão conivente com as indecências do Senado Federal, omissa frente a falta de políticas públicas para a juventude, mas sempre ativa na condenação aos pobres.
Por que será que o Comércio da Franca não comenta em sua linha editorial a indecência de aumento salarial que os patrões das fábricas de Franca pretendem dar aos operários da cidade? Por que não comentam sobre os abusivos preços do cinema de Franca? Por que não mencionam a indecente tarifa de transporte público que, com seus incessantes aumentos, cada vez mais impede a juventude de se locomover pela cidade? Por que não denunciam as “vistas grossas” da prefeitura do PSDB e da câmara de vereadores diante da falta de saúde, educação e espaços de lazer para o povo da periferia de Franca?


Para esses senhores, saudosistas da época em que se resolviam as coisas com chicote e pelourinho, o único setor do Estado que deve funcionar é a polícia. Sim, a mesma instituição que, em Outubro do ano passado, assassinou um jovem francano de 17 anos. Para esses hipócritas “formadores de opinião” a festas espontâneas da juventude devem ser tratadas como caso de polícia.

É preciso fugir dessa armadilha ideológica que a imprensa conservadora francana criou. Querem jogar os trabalhadores francanos contra seus próprios filhos. Os jovens não necessitam de moralismo e nem de repressão. Queremos a polícia bem longe da juventude de Franca. Os mesmos jovens que já causam pavor para os ricos donos do Comércio da Franca devem se organizar e lutar por uma educação pública de qualidade (instrumentos fundamentais para proporcionar uma melhor educação sexual e auxiliar no combate ao machismo), exigir que o Estado disponibilize salas de teatro e cinema gratuitos nos bairros mais populosos da periferia de Franca (Aeroporto e Leporace), cursos de música e pintura gratuitos, quadras e materiais esportivos nos bairros e também garantir o passe-livre nos ônibus circulares para todos os estudantes. Apenas com  luta e organização, sem qualquer comprometimento político com os partidos tradicionais da burguesia  (PSDB, DEM, PP, PV e PT etc) os jovens trabalhadores de Franca poderão arrancar essas conquistas. Vamos à luta!

Nenhum comentário:

Postar um comentário