terça-feira, 7 de agosto de 2012

NA ARGENTINA: JULGAMENTO DOS ASSASSINOS DO JOVEM MILITANTE MARIANO FERREIRA


Começou ontem, 6 de agosto de 2012, o julgamento dos assassinos de Mariano Ferreira, jovem argentino e militante do Partido Operário, morto a tiros, no dia 20 de outubro de 2010, por um grupo de “bate-paus”  à serviço de Pedraza,  burocrata dirigente do sindicato dos ferroviários de Buenos Aire que, com a ajuda da polícia e da empresa que controla o sistema ferroviário da Capital argentina, tentava impedir a mobilização dos trabalhadores ferroviários pela efetivação dos seus colegas terceirizados, com igual salário e direitos. Esses malditos burocratas, fiéis escudeiros da burguesia argentina, tiraram a vida de Mariano por que este estava defendendo o fim do trabalho precário.
Assim como no Brasil, onde a Burocracia da CUT, CTB e Força Sindical cumprem o papel de desmobilizar, dividir e impedir que os trabalhadores saiam a lutar de maneira combativa e independente por salários e direitos, a máfia sindical argentina, que controla a maior parte dos sindicatos no país vizinho, é parte fundamental nos negócios sujos que envolvem a contratação de mão-de-obra terceirizada. Muitos desses sindicalistas de carreira, ligados por mil laços políticos com o governo de Cristina Kirchner, são os próprios donos de empresas que oferecem serviços terceirizados, onde, é claro, os trabalhadores não têm qualquer direito e trabalham em situações extremamente precárias. Isso é o que explica a fúria com que esses mafiosos atacaram Mariano e todos os trabalhadores e jovens que denunciavam a precarização do trabalho.
Como aponta os camaradas do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), organização irmã da LER-QI na Argentina, a morte de Mariano é um verdadeiro crime político contra toda a classe operária. Ao alvejar Mariano não apenas tiraram a vida dele como atacaram o conjunto da classe trabalhadora que luta contra um dos mecanismos mais perversos do neoliberalismo que faz com que milhões de trabalhadores vivam em situação de miséria e extrema exploração. Por isso, desde o dia do assassinato de Mariano, o PTS colocou todo seu peso militante no movimento estudantil e operário para denunciar esse crime político, como foi o importante feito de realizar paralisações e cortes de rua levada à cabo pelos trabalhadores da empresa Kraft sob a direção de sua comissão de interna (dirigida por operários do PTS e independentes). Ontem, durante a mobilização convocado pelo Partido operário (P.O) em frente ao tribunal, não foi diferente, milhares de jovens e trabalhadores do PTS se somaram à outros grupos políticos e de direitos humanos para exigir punição aos burocratas assassinos: 
“No dia 6 de Agosto nos mobilizamos para exigir a prisão de Pedraza e sua máfia, pela punição a todos os responsáveis materiais, intelectual e cúmplices do assassinato de Mariano Ferreira. Além disso, a luta se liga com um dos maiores desafios que temos daqui para frente: Expulsar a burocracia sindical e recuperar os sindicatos para a luta de classes. Contra a burocracia, hoje dividida em cinco Centrais sindicais, contra os dirigentes que dividem os trabalhadores e estão com os políticos da patronal, seja Kirchner, Sciolli ou Binner, é preciso levantar uma alternativa: reunir todo o ativismo combativo em uma assembleia nacional de trabalhadores classistas.” (Editorial do Jornal La verdad Obrera nº 486, semanário do PTS).

Os estudantes e trabalhadores do Brasil que lutamos diariamente contra a precarização do trabalho e pela unidade das fileiras da classe trabalhadora através de uma luta implacável contra a terceirização e que, sobretudo, assim como Mariano, dedicamos nossas vidas para que os trabalhadores tomem o destino de suas vidas em suas próprias mãos e ponha abaixo esse podre sistema capitalista, nos somamos a todos aqueles que lutam pela punição aos assassinos de Mariano. Temos a certeza que sua morte não será em vão.

Mariano Ferreira presente!Punição à burocracia sindical assassina e a todos os cumplices!



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